Sento-me às vezes sozinho.
Sinto-me às vezes máquina.
Acho-me e não vejo caminho.
Vou-me e encontro esquina.
Solto-me e vejo-me vazio.
Vago-me e sinto-me vago.
Peço-me e estou-me vadio.
Consumo-me e sei e trago.
Levanto-me e não vejo rumo.
Caio-me e só encontro chão.
Resta-me além de dor o fumo.
Junto-me além de fome o pão.
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Abraços
quinta-feira, junho 01, 2006
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2 comentários:
oi colega,é muito difício comentar sua poesia, pois não sou poetisa mas sei que no avesso de cada poesia existe uma história vivida que trasformou-se em versos autênticos da sua simplicidade.
Esquina é o retrato da realidade que vemos hoje e você expressou de forma excelente, parabéns.
um abraço,
Alessandra M.Damaso
Obrigado Alessandra, vc é uma doçura de pessoa.
A poesia não é feito para poetas (ou poetisas) mas para todas as pessoas.
E visto que a função poética está voltada mais para a mensagem (forma,estética,sonoridade,etc) é necessário que o leitor utilize a sensibilidade para construir os significados do poema.
Esquina é um poema muito especial para mim. Mostra um pouco do meu passado, do ambiente onde vivi minha infância e adolescência.
O trabalho desgastante e sem sentido, a luta pela sobrevivência, a fome e falta de esperança é que levam muitos aos vícios (fumo) e a violência.
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